terça-feira, 23 de setembro de 2014

Se gay é alegre...

Um homem fica tenso diante do corpo de outro homem. É como o medo de sair de casa. O gay transa no cinema, na igreja, na escola e até no quarto, se der. Espalha-se na cidade. Dinho, dos Mamonas Assassinas, desfilava de Robocop Gay. Era inquieto, e o palco pequeno. Adorava um palco. Não havia quem não se sentisse brincando. Os homens lembravam da cueca puxada pra cima e das brincadeiras feitas para um público. "Você pode ser gótico, ser punk ou skinhead." Pode ser uma coisa ou outra. "Tem gay que é Mohamed, e come vatapá." Se pode ser árabe e baiano, pode ser multicoisas. O liberal vai à rua atender a uma necessidade privada. Se simplifica, para ter comprador. Se pudesse, venderia de tudo. Para vender sempre, conecta-se ao cara que compra o de de sempre, que também vende o de sempre. Então trata de se manter o mesmo, para os acontecimentos lhe serem favoráveis. Mas dança em casa, e vive a fim de dançar na rua, feito Madonna, Michael e Dinho. Consumidores ecléticos, mas buscando identidade entendível e estável, ser comprável garantidamente, sendo uma só coisa, somos todos. O gay pode ser qualquer um, e se oferece para consumo em todos os lugares: padre gay, tarado em mulher e gay, gay gay, policial gay, jogador gay, pai gay, matador gay, etc. Em qualquer lugar há um homem ficando diferente, como se um vírus da mudança se espalhasse. Uma coisa com o acréscimo do gay se enriquece, não do gay, mas pelo gay, que é a abertura. Um matador não precisa ser gay, para matar bem, mas se for gay, se tiver esse detalhe que não tem nada a ver com o matar, essa coisa não diretamente relacionável com nada, terá uma abertura para fazer outra coisa. Que coisa? Eu não sei. A gente pode ser gay.

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